sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Não saber

"Trancar o dedo numa porta, dói. Bater com a cabeça na quina de uma mesa, dói. Mas o que dói mesmo, é a saudade. Saudade do gosto que nao se saboreia mais. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Podias até ficar na sala e eu no quarto, sem nos vermos, mas sabiamo-nos lá. Podias ir para o dentista e eu para a escola, mas sabiamo-nos onde. Podias ficar o dia sem me ver, eu o dia sem te ver, mas sabiamo-nos amanhã. Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade, é não saber. Não saber se ele continua a usar o mesmo perfume. Não saber se frequenta os mesmos sitios, se evita as mesmas pessoas. Não saber se ele tem cuidado de si. Não saber se ele deu a mão a alguém. Não saber se ele quer outra pessoa. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos. Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento. Não saber como secar as lágrimas diante uma música. Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é aquilo que senti enquanto te escrevia isto, e provavelmente o que estas a sentir ao leres (...)"

Um comentário:

  1. A saudade é um sentimento dificil de o caracterizar! E também às vezes o tempo nao chega para as matar todas!! :)
    Gosto do blog e já o sigo!

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