sexta-feira, 27 de abril de 2012

Fuga do medo.

Há uns meses pensava que os dias passados a fazer tarefas sem vontade, a dizer palavras para o ar, sem receber uma pequena mensagem dele, sem acontecer algo de relevante eram dias desperdiçados, dias que nunca iriam ser recordados. Estava iludida. Hoje sinto uma vontade incontrolável de fazer todas essas coisas desinteressantes, tenho vontade de fazer até as coisas mais ridiculas simplesmente porque me cessam o pensamento. Dias desperdiçados são estes que estou a viver, dias em que o único barulho que oiço é o bater do coração e mesmo assim sinto medo de um dia deixar de o ouvir.
A minha vida era perfeita (...) mas o medo fez com que deixasse de a viver. Ele puxa-me para trás quando a minha vontade é avançar, correr rápido e fugir dele. De quando em vez, permite-me esboçar um sorriso, no entanto, ele não é suficientemente forte para suportar as minhas lágrimas.
Todos me dizem para ser forte, mas ninguém percebe que eu ainda estou a aprender a ser forte, porque por detrás de toda a minha confiança de mulher, está uma fraqueza de menina. Sei que o mais importante não é necessariamente ser forte, mas sim sentir-me forte. E eu sinto-me forte porque, pela primeira vez, eu aprendi a valorizar cada momento, cada pequeno segundo que sinto não ter importância.
Um dia vou olhar para trás e lembrar-me do quão dificil foi, mas que consegui. Nesse momento, vou esboçar um sorriso. Um sorriso forte, que permita avançar, correr rápido e fugir. Fugir para sempre deste medo que me persegue.

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